Que fatores devem ser considerados para a aplicação correta de chorume?

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A aplicação de chorume é uma prática muito útil como fertilizante, mas requer cuidado para maximizar o seu valor agronómico e minimizar os riscos ambientais. Eis os principais fatores a considerar:


1. Condições ambientais

  • Clima

A chuva intensa após a aplicação pode levar os nutrientes para as águas superficiais e subterrâneas. Recomenda-se a aplicação em dias secos e de temperatura estável.

  • Temperatura e vento

As temperaturas elevadas e o vento propiciam a perda de azoto sob a forma de amoníaco. O ideal é aplicar em dias frescos, sem vento e com alguma humidade no solo.


2. Fatores agronómicos

  • Necessidades das culturas

Cada cultura tem necessidades diferentes de azoto, fósforo e potássio. É essencial ajustar as doses de chorume ao plano de fertilização da cultura, para evitar excessos que não serão aproveitados e podem causar contaminação.

  • Momento da aplicação

Deve coincidir com as fases de maior absorção de nutrientes (por exemplo, início do crescimento vegetativo). Aplicar demasiado cedo provoca perdas por lixiviação e aplicar demasiado tarde reduz a eficácia.

  • Tipo de solo

Solos ligeiros: risco elevado de lixiviação, requerem doses mais divididas.

Solos argilosos: melhor retenção, mas com risco de compactação se estiverem húmidos.

Encostas: risco elevado de escoamento e perda de nutrientes.

  • Estado do chorume

Se necessário, é possível verificar a sua composição exata em laboratório e deve ser homogeneizado antes da aplicação para garantir uma distribuição uniforme. Conselhos para alcançar esta homogeneização:

Agitar: utilizar uma bomba ou um agitador no interior do tanque ou do poço.

Recircular: tirar e voltar a colocar o chorume várias vezes até ficar homogéneo.

Verificar: a ausência de sedimentos concentrados no fundo.


3. Aspetos ambientais e jurídicos

  • Proteção das águas: Respeitar as distâncias em relação a rios, lagos, albufeiras, poços e cursos de água para evitar a contaminação direta.
  • Zonas sensíveis: Cumprir as restrições estabelecidas em áreas vulneráveis à contaminação por nitratos (Diretiva 91/676/CEE na UE).
  • Carga animal: Não ultrapassar os limites máximos de aplicação de azoto por hectare (na UE, 170 kg N/ha em zonas vulneráveis).
  • Época do ano: A legislação normalmente proíbe aplicações no inverno ou quando o solo está descoberto e as culturas não conseguem absorver nutrientes, reduzindo assim os riscos de lixiviação e escoamento.

Pode consultar a legislação específica no portal oficial da DGADR:

👉 https://www.dgadr.gov.pt/


4. Técnicas de aplicação

MétodoComo se fazVantagens Desvantagens
SuperficialDistribuir o chorume sobre o solo sem o incorporar, com métodos aéreos como o prato, o leque ou o canhãoAplicação rápidaPerda de nutrientes, odor e elevado risco ambiental. A UE desaconselha esta prática e alguns países proíbem-na.
InjeçãoO chorume é introduzido diretamente abaixo da superfície do solo com máquinas específicasMaior eficiência na utilização de nutrientes, menor odor e menor impacto ambientalRequer máquinas especializadas
Incorporação imediataÉ aplicado à superfície e imediatamente misturado com o solo com arado ou grade (reduz perdas e volatilização)Boa eficiência, reduz odores e perdas, menor impacto ambientalMais trabalho mecânico
LocalizadoO chorume é depositado em faixas ou bandas junto às raízes da culturaAltamente eficiente, reduz perdas e emissões, menor impacto ambientalRequer máquinas e planeamento


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